quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Política na rede: a arte de conversar

OGlobo Online
(http://oglobo.globo.com/blogs/mercadodigital/#261887)

Em ano de eleições, vale a pena conferir a entrevista de Scott Goodstein, coordenador da campanha de Barack Obama nas redes sociais nos Estados Unidos, concedida ao G1. Obama, como se sabe, fez sua campanha fortemente baseada em redes sociais, mobilidade, voluntariado e microfinanciamento.

Os números são grandiosos: 8,5 milhões de visitantes e 2 milhões de perfis no MyBarackObama; 5 milhões de contatos em 15 diferentes redes sociais; 13 milhões de cadastrados nos sites, que receberam 7 mil variações de mensagens de e-mail; US$ 6,5 milhões de doações on-line oriundas de 3 milhões de doadores; 400 mil posts em blogs e 142 mil vídeos no Youtube; 3 milhões de assinantes SMS , que receberam cerca de 20 mensagens por mês. Esses dados foram compilados pelo consultor aqui do iDigo, Cláudio Torres, que participa do nosso curso Campanha política na web. Como nos disse Torres, o grande mérito do atual presidente americano foi ficar atento à evolução dos meios, mídias e tecnologias para usá-los a seu favor. E mais importante: antes que seus concorrentes tivessem coragem de fazê-lo.

Na entrevista de Goodstein, que esteve na Campus Party, ele explica o resultado.  Para ele, é fundamental trabalhar com pequenos nichos na internet e com modelos gerais de interação em comunidades on-line. Melhor do que atingir todos os eleitores, diz, é conseguir mobilizar um público específico, fazendo com que ele chame amigos para criar algo muito maior. Durante sua palestra no evento, ele também falou sobre não ter medo de experimentar e deu um exemplo de uma ação que não funcionou: vídeos de campanha para celulares. " O download de vídeos para celular não funcionou bem por que, além das altas tarifas de download cobradas pelas operadoras, muitas pessoas simplesmente não sabiam como baixar vídeos na época", explicou.

Para os políticos brasileiros que pretendem usar as redes, Goodstein dá uma dica preciosa: inundar os perfis do Facebook e o Twitter com textos de divulgação da imprensa, é um erro. “As redes sociais não foram feitas para se promover. É preciso conversar com usuários, responder suas dúvidas e saber escutá-los”. Lei a entrevista na íntegra. Para ver mais dicas do guru, leia também a matéria de Eduardo Almeida,  que está fazendo a cobertura para o Globo Online.

Roberto Cassano, diretor da Frog e também nosso professor no mesmo curso, é da mesma teoria: "O que funciona é trabalhar a mensagem que se auto-propague. É tentar impactar a mensagem, a proposta, de forma que você não fale para todo mundo, mas para algumas pessoas que vão espalhar para outras tantas. Tem que ser relevante. Apesar de ser uma mensagem política, tem que ter humor. Várias peças da campanha de Barack Obama eram divertidas e, por isso, geraram grande propagação e paródias igualmente divertidas. A estratégia foi desenhada para ser irresistível de se divulgar. E dentro de uma mídia que não foi paga – a mídia foi o próprio consumidor, o eleitor”.

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